O que as ruas já não admitem mais

reação popular ao puxa-saquismo
Larissa Paixão/Blog do Gusmão

 

Sem nada para mostrar à população de Ilhéus, o prefeito Jabes Ribeiro usa a velha tática de “se mostrar” para tentar sair da impopularidade. Privilegiando-se do tempo partidário, Jabes ocupa emissoras de televisão para falar a mesma coisa que há 30 anos o mantém vivo na política: dificuldades, pacto, esperança e fé. Em out doors espalhados pela cidade, assume sem nenhum constrangimento, a paternidade da nova ponte anunciada pelo governador Jaques Wagner. Preparem-se para ouvir muito que ele é o pai da criança.

Jabes tenta, com o “ataque” ao marketing, sair do buraco em que se meteu em tempo recorde. Em apenas seis meses, Jabes sabe que de solução tornou-se continuísmo sem esperança para a maioria da população. Falou demais em crise, chorou demais pela falta de recursos e a cidade viu o tempo passar sem conseguir reagir. Ao falar de esperança, Jabes quer justificar a falta de postos médicos e de professores nas salas de aula. Ao falar de fé, Jabes quer dizer a ele próprio que só há uma forma de recuperar o seu prestígio: chorando menos e trabalhando com criatividade. Ao falar de pacto, Jabes quer dividir com a sociedade o marasmo estabelecido por seu governo.

Ontem, enquanto equipes de rua aplicavam o out door para impressionar o governador hoje cedo, manifestantes faziam o papel inverso, rasgando as peças e reagindo à uma forma de fazer política ultrapassada e tão combatida, neste momento, nas ruas do Brasil.

Este é o novo Brasil que se desenha nas ruas.

A sociedade quer exigir comportamento menos pessoais e mais coletivos daqueles que têm a missão de nos representar com mais dignidade e compromisso no poder.